Montaria de Lagoa de 22 de Janeiro de 2011

Lagoa no concelho de Macedo de Cavaleiros, tem por habito realizar duas montarias anuais em manchas distintas, a mancha que hoje se monteou costuma dar bons resultados, assim o previam e espectavam os cerca de 150 caçadores que há cerca de 3 semanas já tinham completado as reservas.

Um sábado soalheiro, mas muito frio e ventoso, costuma ser prenúncio de encames em partes abrigadas ao vento.

O vento gélido vindo de norte, fazia tiritar os caçadores menos protegidos cuja sorte do sorteio os colocou nas partes mais altas e desprotegidas desses montes. Nós as matilhas, estávamos ansiosos por sentir o morteiro rebentar, … a montear não se tem frio!

Do meu lado entramos 4 matilhas a varrer e em linha, no sentido oposto entraram mais três. A caçada foi decorrendo, o relógio dando voltas, … e javalis, …só sinais.

Lá por volta das 3 horas da tarde, ouvi por breves momentos a ladra de um ponteiro meu, já na volta da encosta virada para o Rio Sabor, mas com o vento não consegui identificar bem o local, contudo o resto da matilha percebeu bem o sinal, arrancaram instintivamente e agruparam em enorme ladra, as outras matilhas que vinham em paralelo comigo entraram em simultâneo na “dança”. Na frente das ladras, começou um enorme arraial de tiros, a vara deveria ser muito grande, pois os javalis entraram em várias linhas e em sentidos opostos. Houve javalis que passaram o rio e entraram na  mancha do outro lado, de Talhas, perseguidos por diversos cães e não foi entrave o seu enorme caudal apressado e apertado pelas rochas das margens.

Um caçador afortunado que se encontrava próximo desse encame, liquidou 3 javalis e ainda lhe passaram mais 4, numa que no entendimento da maioria dos caçadores seria uma porta fraca, mas a caça é assim.

Aguardamos um pouco até que começaram a regressar alguns cães, avançamos e a matilha que ia por baixo levantou mais 2 javalis desse local e terminamos creio que numa zona á qual chamam O Negro. Sugestionamos via rádio para a organização, no sentido de “batermos”, a mesma mancha, mas agora em sentido contrário, foi um ideia excelente, pois ainda se levantaram desse local mais javalis, que eventualmente teriam rodado e voltado ao sitio original.

Estava para rebentar o foguete… outro javali…

…Era cerca da meia noite e ainda me faltavam 14 cães! Creio que igual numero ao Valter. Fomos á mancha de Talhas procurar alguns cães, pois para quem anda nestas lides sabe que nas noites escuras os cães têm receio de passar os rios quando cheios e tumultuosos, embora em perseguição o façam. 

Por volta das 2 horas da manhã, acabei de recuperar toda a matilha, mas ao Valter ainda faltavam 2 cães. Connosco existe e perfilhamos o espírito de entreajuda de colegas  matilheiros, nessa noite foi  muito fácil para mim em colaborar, e até porque domingo não tinha montarias (eram eleições), ele iria montear para Espanha (O Barco).

Foi uma montaria muito boa, podendo-se rebobinar o tempo e tendo-se colocado uma matilha logo de inicio lá no fundo, no Negro, seria certamente uma montaria, não com 11 javalis abatidos, mas certamente com uma boa vintena. …digo eu.

Para o próximo ano lá nos veremos, pois para a montaria da outra mancha  do dia 26 de Fevereiro irei montear em Arcas - Macedo de Cavaleiros

O Eng. Paulo Vilares discursando

Dos maiores encames de varas de javali que já vi, sob um enorme zimbro, cujas ramagens tocavam o chão, situado no Negro, exposto a Sul, completamente protegido do vento.

O Fernando Moreira, com os 3 javalis que abateu