As encostas agrestes da vertente Norte da Serra da Coroa que seguram os vales rigorosos, tortuosos e cavados de rocha cascalheira que o xisto matrisa, iam agrupando e conduzindo riachos de água límpida e gélida. Fora certamente esse precioso líquido também em abundância nos quentes estios que humedeceu as raízes da abastada e compacta vegetação de urze, giesta negral e silveirais enroscados a manchas dispersas de carvalho negral, habitat natural para encame e criação de javalis. Nas orlas dessa mancha abundam os carvalhais, os soutos de castanheiros, os lameiros sempre verdes e os trogais de centeio, que pelas informações dos agricultores desta aldeia as semeadas mais próximas desta mancha tem sido sistematicamente destruídas por esta espécie….

… e o dia 16 de Janeiro chegou….

Manhã fria, clara e seca, nada de anormal para a época e para o local. Os 43 corajosos e destemidos caçadores, tiveram uma recepção, em nada semelhante com o tempo. È gente muito simples, trabalhadora e amiga de receber os forasteiros. Percebe-se facilmente que uma montaria ao javali numa pequena aldeia como é Santa Cruz de Vinhais, é um acontecimento mais que social, que envolve a maioria da população, bastou reparar na quantidade de pessoas envolvidas na cozinha, a servir á mesa, no secretariado, na fogueira exterior e nas armadas. E por falar em cozinha não deixo de enaltecer a qualidade do serviço prestado, fomos muito bem servidos, não esquecendo os momentos finais e bem regados no bar da associação.

A mancha foi monteada por mim e pela matilha da Negreda, entramos em cunha, a varrer para o meio, o Delfim entrou lá no fundo e eu entrei lá no cimo, junto á mancha de Travanca. Passados cerca de 10 minutos do rebentamento do foguete, começaram a entoar os primeiros tiros de cerca de meia centena que se fizeram ouvir ao longo da montaria. Tombando 5 javalis de bom porte.

Mais uma vez o refiro, penso estar na hora de quem de direito, da tutela, autorizar a caça aos corsos, não querendo inflamar números, só á minha parte desencamei uma boa dúzia deles, tinha vezes que na frente da matilha iam 3 juntos. Não é exagero ou inoportuno referi-lo, nunca tive a matilha toda junta, tive sempre mais de meia matilha “presa” nos rastos ou na perseguição deles.

Felizmente do meio da mancha para baixo, a predominância era de javalis, além dos que morreram, foram vistos outros a saírem da mancha, de destacar uma vara com 8, que saiu sem tiros, furtada aos cães. Em meu entendimento mais umas 20 armas e o resultado seria mais volumoso, mas para o que defendem como eu que o número de peças abatidas, não é o mais importante, mas todos os outros predicados associados a este evento, quer no monte quer na recepção. Classificaria, pois, esta montaria como Muito Boa,

Recomenda-se para o próximo ano

Parabéns Alcino

André

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Textos enunciativos da montaria e fotos em seguida:

Mancha situada nas encostas da Serra da Coroa, tendo de fundo o Rio Tuela, em pleno Parque Natural de Montesinho.

Mais informações para o presidente da Zona da Caça Associativa do Tuela : Alcino Morais +351961113406

5 Javalis

Ao Almoço